Recomendações: Devilman CryBaby

Imagem por Torre de Vigilância

Olá pessoas ... e bots.
Seguindo uma sequência de recomendações, hoje trago uma das animações mais importantes dos últimos anos (senão a mais importante da década passada), a qual além de trazer uma nova vida para um clássico mangá japonês em tempos mais modernos que os da obra original, também explora bem o psicológico e impacta até o mais frio expectador: o fenomenal Devilman Crybaby.
Imagem por Go Nagai
em Wikipedia

Origem

No agora distante ano de 1972, Kiyoshi Nagai (mais conhecido como Go Nagai) se baseou em uma de suas obras anteriores, o brutal e violento mangá Demon Lord Dante, para criar uma história com protagonista mais humano. Nagai se criou então Devilman, em duas versões bem distintas: uma série animada para televisão (pelo terrível estúdio Toei Animation) e uma publicação periódica em mangá - com história e final bastante diferentes da contraparte animada, para diferenciar essa versão e fazer um trabalho mais criativo.
Imagem por Netflix

Releitura

Crybaby é baseado na história do mangá, trazendo os acontecimentos para o mundo contemporâneo (com redes sociais e tudo) enquanto busca manter elementos essenciais da obra original - em especial sua mensagem contra a guerra, mostrando que as vezes as pessoas são os verdadeiros demônios de nosso mundo.
As alterações acabam deixando a história mais rápida e até a enriquecendo, tanto com a tecnologia do século 21 quanto com temas mais atuais da sociedade e personagens secundários mais adequados aos temos modernos. Diferentemente da obra original, o enredo de Crybaby foca muito mais no lado místico e filosófico, dando pouca importância à parte científica da história.
Imagem por Destiny✨
em Pinterest

"Eu preciso de você"

A história se passa majoritariamente do ponto de vista de Akira Fudo, um tímido adolescente sensitivo com uma força de vontade ímpar. Ele consegue suportar por situações que fariam outras pessoas simplesmente enlouquecerem, se esforçando para compreender as outras pessoas através de sua capacidade de perceber e até mesmo sentir a tristeza alheia.

Procurado por seu melhor amigo da infância, Ryo Asuka, Akira é chamado pelo pesquisador prodígio para ajudar numa investigação sobre um tema escondido pelos governos mundiais: a existência de demônios. Em sua mais recente expedição à Floresta Amazônica, Ryo encontrou sólidas evidências de que as criaturas existiram e continuam a existir - misturadas em meio à humanidade - e Akira pode ajudar a encontrar mais evidências para provar o caso. Durante o que deveria ser a investigação, ocorre um incidente onde demônio "campeão" tenta possuir Akira - porém a força de vontade dele se sobrepõe à do demônio, fazendo com que ele se torne o que dá nome a série, um Devilman: fusão de humano com demônio onde o humano toma o controle.
Com uma nova aparência e novas habilidades por causa da fusão com o demônio, Akira passa a enfrentar demônios para tentar proteger os humanos, vivenciando novos conflitos/sofrimentos mais pesados e intensos do que nunca, que testam até o limite sua esperança na humanidade e a confiança que tem nas pessoas (até as que mais gosta). Contudo, ele mantém sua sensitividade e boa índole - junto com o fato de chorar com facilidade, por sentir na própria pele o sofrimento alheio.
Imagem por Netflix

Animação

Embora o estilo visual mais simples possa causar estranheza em uma obra recente, o traço combina muito bem com a série, passando as emoções e expressões dos personagens com boa intensidade - além permitir uma animação bastante fluida que deixa com bastante destaque e vida os momentos mais intensos, como perseguições e batalhas.

Definitivamente a animação simples não é um problema, sendo até a direção que outras obras passaram a seguir (em menor grau) posteriormente - como o grande exemplo de Dragon Ball Super: Broly.
Imagem por Netflix

Trilha sonora

Dentre as mais marcantes mudanças feitas nessa versão da obra em relação a original está a troca dos clássicos "delinquentes japoneses" por rappers 'da quebrada' - que fazem rimas bem adequadas aos momentos que aparecem na série, chegando a influenciar eventos com suas músicas.
Fora as músicas dos personagens rappers, predomina música eletrônica e eventualmente o uma das músicas em piano mais marcantes já feitas, com os vários estilos se encaixando bem aos acontecimentos da trama.

Confira

É preciso relembrar que Devilman é uma obra com bastante violência (bem explícita), bastante brutalidade e momentos profundamente perturbadores - que não são nem um pouco aliviados pelo traço simples da animação - além de trazer um forte "baque" a quem assiste (especialmente nos último quatro episódios), independente do quão frio ou "forte" seja o expectador.
Pode ser que esse conteúdo não seja adequado para você - e não há nada de errado se não for. Espero que só o fato de estar colocando esse tipo de aviso no meio de uma recomendação de uma das minhas animações favoritas já sirva como um bom alerta a quem não tem estômago para intensa violência gráfica e psicológica numa série.

Mas se isso não é problema para você, aproveite cada segundo dessa excelente série animada:

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