Análise: Age Of Artemis - The Waking Hour


Olá pessoass e bot, trago mais uma análise de músicas para vocês, dessa vez de mais uma ótima banda nacional: Age of Artemis.
Fechem a guia do site adulto, lavem as mãos, ponham os fones de ouvido e não deixem o Samba Metal morrer.

Antes de começar


Essa é uma análise pessoal, feita por uma fã da banda. Ela não é baseada em nenhum teoria musical avançada nem nada do tipo, apenas em meus gostos e opiniões.
Como trago somente lançamentos que goste, não espere me ver mandando uma enxurrada de críticas negativas e nem "detonando" um lançamento". Mas também não ache que deixarei de citar o que ver como negativo.

Ouve aí

Como estou analisando um álbum, fica a música lançada como single para vocês ouvirem - pelo canal oficial da banda no Youtue. Não que a análise vá ser grande, mas para vocês conhecerem melhor o álbum.


Lançamento


O último lançamento que analisei aqui - que aliás foi o que inaugurou esse quadro de análises - tem, para mim, uma diferença bem além das capas de das músicas em relação ao que analiso hoje: o lançamento. Quando ouvi o EP do D.A.M. ele já tinha sido lançado a um bom tempo, porém eu acompanhei (e bem ansioso) o lançamento do segundo álbum do Age Of Artemis.

Eu já conhecia o som do Age Of Artemis a um tempo antes de eles começarem a divulgar o segundo álbum. Já tinha ouvido o primeiro álbum deles (Overcoming Limits), e como ele é um álbum excelente criei grandes expectativas para o segundo, que foi além do que eu esperava - espera ... o assunto era o lançamento, não?


Apesar de não lembrar as datas exatas de lançamento - sou péssimo com datas - lembro que houve uma pequena diferença na data entre o lançamento do álbum no Japão e o lançamento no Brasil, sendo que o álbum saiu primeiro na terra do sol nascente.
Mas quando ele saiu no Japão já estava bombando aqui na BRlândia - acho que nem preciso dizer como, mas caso haja leitores meio lentos lendo o texto, vou deixar uma imagem mais explicativa do lado direito desse parágrafo.

Um tempo antes do álbum ser lançado, a banda liberou o single Broken Bridges, que é o segundo vídeo que coloquei para vocês conferirem.

A única crítica que tenho a fazer sobre o lançamento do álbum é ele ter ocorrido em datas diferentes no Brasil e no Japão. Talvez isso estivesse fora do controle da banda, afinal deve haver uma complexa rede de distribuição no meio do processo, porém seria bom o álbum ter sido lançado ao mesmo tempo em todos os lugares. Quem sabe no próximo...

Bela capa

Capa em tamanho maior na página da banda no Facebook

Apesar de ser um pouco mais modesta na quantidade de detalhes que a do EP que analisei semana passada, a capa do The Waking Hour é excelente.
Começando pelos detalhes, há alguns que saltam à vista na primeira olhada e também alguns que exigem uma olhada um pouco mais atenta, porém ambos são muito bem feitos. Parabéns ao(s) artista(s), que capricharam bastante nos detalhes.

Na primeira vez que vi a capa tive um "lag no cérebro" ao ver a postura da mulher. Demorei um bom tempo para entender que aquela posição não era impossível, eu que estava vendo errado mesmo.

A capa - que, diga-se de passagem, é uma das mais bonitas que já vi - foi divulgada antes do single Bronken Bridges, junto com a lista de músicas se me lembro bem, e alimentou bastante minhas expectativas.

Nota: 9,8/10

Músicas


Chegamos na parte principal. Assim como na última análise vou seguir uma ordem muito importante para mim: a ordem em que ouvi as músicas pela primeira vez. Mas como acompanhei o lançamento do álbum, as músicas não estavam todas disponíveis na internet logo de cara (até que demorou pro álbum vazar), então a ordem em que vou analisar não vão ser muito da ordem das músicas no álbum.

Broken Bridges


Quando ouvi essa música eu realmente pensava que estava ouvindo outra banda. Era difícil reconhecer que essa era a mesma banda do Overcoming Limits, o som dessa música estava em outro nível.
De cara achei as guitarras bem melhores e com mais destaque, o que combinou bem com a música, assim como o vocal - que não deixou a desejar em parte alguma. Porém não eram só as guitarras, tudo tinha melhorado, estava visível que a banda como um todo estava mais "enturmada" - e isso fez uma diferença grande.
A letra dessa música é ótima, e bem inspiradora para alguém com imaginação fértil, como eu. Ela me inspirou bastante em uma das histórias que escrevo, mas falarei disso em outra oportunidade.

Nota: 10/10

Penance


Não me perguntem como, mas ao ouvir os barulhos de mar no começo dessa música lembrei da música Seven Widows Weep, da banda Sirenia - apesar de uma música não ter nada em comum com outra.
Mas saindo das bizarrices em minha mente, alguns segundo depois meu pensamento era um só, a pergunta que se torna inevitável ao ouvir a música: cadê o meu pandeiro? Tenho certeza que se o Age Of Artemis fosse uma banda gigante (em termos de popularidade) teria algum meme circulando na internet com a frase "fui dormir ouvindo Age Of Artemis, acordei numa roda de samba".

Saindo das piadas forçadas, essa intro cumpre bem o papel que penso que uma intro tem em um álbum: chamar a atenção de quem ouve e gerar uma ansiedade para saber o que vem depois.

Nota: 8,5/10

Under the Sun


Aproveitando o finalzinho de Penance, Under the Sun já chega com tudo, mostrando que Samba e Heavy Metal combinam sim. Como diria o Dollyinho, Samba Metal ... pode sim!
Falando sério, essa ótima música não só mostra que o álbum "começou pra valer", como também mostra aquilo que eu disse em Broken Bridges: a banda está mais enturmada e o som está em um novo nível.
Eu diria que só o primeiro minuto da música já seriam o bastante para convencer qualquer fã da banda a comprar o álbum.

Vocal, guitarras, teclados, baixo, bateria, letras, e até um pandeiro, tudo nesse música combina muito bem. As mudanças de andamento dão um "tempero" extra que ao meu ver eleva ainda mais o nível da música - sem falar no solo, que foi outra coisa com melhora significativa nesse álbum.

Das músicas do The Waking Hour essa é a segunda que mais gosto, e por ironia do destino é também a segunda do álbum.

Nota: 10/10

The Waking Hour


O que mais me chamou atenção na faixa-título foi a letra - coisa rara de acontecer comigo.
Não que o som não seja bom - é excelente - mas ao ouvir essa música a letra me chama atenção de imediato, me fazendo lembrar da onda de protestos e manifestações de 2013 - se essa foi a inspiração da música quero uma cópia do álbum de graça.
Saindo das brincadeiras, aqui a banda mostra que não é só nas músicas mais rápidas (como Under The Sun) ou nas mais empolgantes (como Broken Bridges) que manda bem. Não que ela seja lenta, e não é, mas a sonoridade dela difere bastante das duas que citei, enriquecendo o álbum com uma saudável variação de estilo - e com uma pitada de anarquia.

Nota: 9/10

Hunger and Shame


Quando ouvi ela pela primeira vez eu imaginava algum jovem passando por problemas numa jornada - e lendo a letra essa é a primeira coisa que vem na minha cabeça - mas o videoclipe dessa música (que está nos vídeos que deixei para vocês conferirem) usa as melodias e letras da música para mostrar uma realidade que a maioria de nós simplesmente ignora: a difícil vida dos moradores de rua.
Apesar de focar minha análise na música, digo que o clipe é ótimo e emocionante, vale a pena ver.

Como já cansei de repetir os mesmo elogios, lembrem do que eu disse das outras músicas e adicionem isso aqui: mais uma mudança de estilo saudável que enriquece o álbum.

Nota: 9,5/10


Melted in Charisma


Essa música soou para mim como uma faixa perdida do Overcoming Limits regravada com a nova sonoridade do The Waking Hour - o que não seria nenhum demérito se fosse verdade. Aqui finalmente consegui reconhecer que a mesma banda fez os dois álbuns, tão diferentes entre si e tão bons.

Assim como a música título, ela me faz lembrar dos protestos de 2013, só que de modo menos intenso. Acho que essa música também deveria ter tido a pitada de samba que Under the Sun teve, mas a música é ótima do jeito que está.

Nota: 9/10

Childhood


Uma música com ritmo um pouco diferente das outras, o que junto com as letras dá a ela um charme próprio. Ela ajuda a enriquecer o álbum mostrando que cada música nele é única.
Aqui fica até meio difícil avaliar sem repetir o que já disse das outras músicas.
A única crítica que tenho é que essa música parece ser uma versão estendida de uma música menor. Isso não a prejudica muito, mas penso que não faria mal se ela fosse um pouco menor.

Nota: 8,5/10

Your Smile


Aqui tenho certeza que a banda quis fazer algo mais experimental. A romântica música se destaca de todo o álbum com seu estilo diferenciado e ousado, mostrando que mesmo numa música calma os caras conseguem se sair bem.
Uma linda música, que pode ajudar muito marmanjo a (re)conquistar aquela gatinha que está afim.

Nota: 9/10

Exile


Minha favorita nesse álbum.
Aqui considero que o vocal e as guitarras estão no auge, ainda melhores que nas outras músicas. Juro que antes de ouvir esse álbum não imaginava que o Age Of Artemis faria uma música que fosse ao mesmo tempo tocante e empolgante.
A versão que ouvi do álbum também tinha essa música em versão acústica, a qual se mostra quase oposta à versão comum: é lenta e triste. O incrível é que ambas combinam com a letra: a normal soa como uma despedida de uma pessoa tentando evitar que outra chore ou fique triste, já a segunda soa como um pedido de desculpas a alguém.
Ambas são excelentes, não consigo escolher uma melhor dentre elas.

Nota: 10/10

New Revolution


A análise dessa música pode ser resumida em uma palavra: épica.
Tudo nela combina perfeitamente entre si, e cada parte é excelente por si só.
E para completar algumas partes dela me fazem lembrar do Overcoming Limits.

Uma coisa que penso ao ouvi-la, é que ela é como o clímax de uma história, o momento que faz todos aplaudirem a obra. Apesar de ser difícil apontar uma melhor música nesse álbum, afinal todas são muito boas.

Nota: 9,5/10

Winding Road


Vocês já devem imaginar que essa é mais uma música que imagino como parte de uma grande história, não? Para mim ela soa como um final triste, mas muito bem feito.
Aqui novamente a banda mostra que também sabe lidar com músicas lentas - embora eu ache que eles se saem melhor com músicas rápidas.
Simplesmente não vejo algo que poderia ser mudado nela para torná-la melhor, ainda mais sendo a música de encerramento. Do jeito que ela está se torna uma música boa isoladamente, porém um fechamento excelente para o álbum - em outras palavras, ela é boa, mas fica melhor dentro do conjunto.

Nota: 8,5/10

Considerações finais


Apesar de não dar uma nota para o conjunto, se eu desse certamente estaria entre 9,5 e 10, porém considero que as partes são mais importantes para uma avaliação.
O álbum é excelente e mostra uma banda mais madura, que inova bem e sabe se aprimorar sem perder a identidade, embora tenha subido de nível numa forma impressionante.
Só o que acho que faltou foi ousar um pouco mais com a pitada de samba. Quem sabe no próximo...

Vale muito a pena ter o The Wakig Hour.
Aprovado e recomendado!

E depois dele, fico ansioso para ver o que virá em seguida. Quem sabe um álbum conceitual contando uma história? Tenho certeza que com uma boa história, com o talento da banda e com uma boa produção, seria algo de cair o queixo.

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